sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Santa Maria da Graça: Padroeira da Diocese de Setúbal

Confirmação da escolha de Nossa Senhora como Padroeira da Diocese de Setúbal com o título de SANTA MARIA DA GRAÇA e aprovação da respetiva celebração litúrgica

(tradução)

JOÃO PAULO II
para perpétua memória

Considerando que o clero e os fiéis da diocese de Setúbal, em tempos mais recentes, têm honrado e continuam a honrar a Bem-aventurada Virgem Maria com o título de Santa Maria da Graça com um culto particular e constante; o Venerável Irmão Manuel da Silva Martins, Bispo de Setúbal, acolhendo os pedidos comuns do presbitério e do povo católico, aprovou de acordo com o seu poder a escolha da Bem-aventurada Virgem Maria com o título corrente de Santa Maria da Graça como Padroeira da diocese de Setúbal junto de Deus.
Visto, porém, que o mesmo Venerável Irmão pediu com todo o empenho que a escolha e a aprovação fossem confirmadas de acordo com a norma n. 30 (da Instrução acerca dos Calendários particulares e dos Ofícios e Missas Próprios que carecem de aprovação), Nós, com o parecer da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de bom grado concordámos com o seu pedido e com a Nossa suprema Autoridade Apostólica confirmamos como Padroeira da diocese de Setúbal Santa Virgem Maria com o título que acima referimos, com todos os direitos e privilégios em conformidade com as rubricas.
Na verdade, firmemente esperamos que esta escolha faça crescer o culto à Bem-aventurada Virgem em toda a diocese de Setúbal e também em cada um dos fiéis e dele nasçam não poucos frutos de piedade cristã e de bons costumes. Além disso, determinamos que estas Nossas Letras sejam devotamente conservadas e alcancem no presente e no futuro o seu pleno cumprimento, não obstante qualquer coisa em contrário.
Dado em Roma, junto de São Pedro, sob o Anel do Pescador, no dia 18 de Março de 1980, segundo do Nosso Pontificado.

                 Augustinus Card. Casaroli
                 a publicis Eccl. negotiis


(texto original)

JOANNES PAULUS PP. II
Ad perpetuam rei memoriam

Cum Beatam Mariam Virginem sub titulo - Santa Maria da Graça - clerus atque christifeles diocoesis Setubalensis recentioribus temporibus peculiari necnon assiduo cultu prosecuti sint e adhuc prosequantur, Venerabilis Frater Emmanuel da Silva Martins, Episcopus Setubalensis, presbyterii et populi catholici communia excipiens vota, electionem Beatae Mariae Virginis sub titulo vulgo dictu -Santa Maria da Graça - in Patronam apud Deum dioecesis Setubalensis poteste sua rite approbavit. Quoniam autem idem Venerabilis Frater enixe rogavit ut electio e approbatio huiusmodi ad normam - , Instructionis de Calendariis particularibus atque Officiorum et Missarum Propriis recognoscendis - n. 30, confirmaretur, Nos ex setentia Sacrae Congregationis pro Culto Divino eius precibus libenter annuimus et suprema Nostra Apostolica auctoritate Sanctam Virginem Mariam diocoesis Setubalensis Patronam apud Deum sub titulo, quem supra memoravimus, confirmamus, cum omnibus iuribus et privilegiis iuxta rubricas consequentibus. Profecto Nos confidimus fore ut hac electione et cultus Beatissimae Virginis in tota diocoesi Setubalensi et in singulis fidelibus augeatur, et inde non pauci pietatis christianae et bonorum morum fructus oriantur. Ceterum decernimus ut hae Litterae Nostrae religiose serventur suosque nunc et in posterum habeant effectus, contrariis quibuslibet non obstantibus.
Datum Romae, apud Sanctum Petrum , sub Anulo Pescatoris, dia XVIII mensis Martii, anno Domini millesimo nongentesimo octogesimo, Pontificatus Nostri secundo.

                 Augustinus, Card. Casaroli                 A publicis Eccl. negotiis

sábado, 8 de novembro de 2014

Memória dos Diáconos e Presbíteros já falecidos




Memória dos Diáconos e Presbíteros já falecidos que serviram a Igreja Diocesana de Setúbal, desde a criação da Diocese (1975)



Os Apóstolos nunca mais esqueceram o momento em que Jesus lhes tocou o coração: «Eram quatro horas da tarde» (Jo 1, 39)” (Papa Francisco, EG, 13)



No passado dia 6 de Novembro– mês das “almas”, em que somos convidados a fazer memória daqueles que nos precederam na fé implorando para eles a plenitude da vida do Céu – foi feito o sufrágio dos padres e diáconos que serviram a diocese de Setúbal, na Sé e nas Paróquias.

Eles foram – serão sempre – padres e diáconos chamados por Cristo, por meio da Igreja, que viveram, amaram, serviram, em nome de Jesus, como cooperadores do ministério apostólico, a Igreja de Setúbal.

Terminaram já a sua “função” de serviço. Dizemos deles que são “defuntos”. Continuam, porém, vivos em Deus e na nossa memória, como testemunhas da fé e do serviço ao Evangelho.

Neste ano, em que nos preparamos para a celebração dos 40 anos da criação da nossa Diocese, esta memória/sufrágio adquire um especial significado. A Igreja, por vontade de Cristo, não pode existir sem este ministério, pelo Ele se faz presente na Sua Igreja e a santifica. Lembramos especiais testemunhas da fé, não só vivida, mas também comunicada através do ministério ordenado, nos sacramentos, na pregação e na edificação da comunidade.

Fazemos deles uma memória agradecida a Deus pelo dom das suas vidas e do seu ministério, de que tantos e tanto beneficiaram. É a memória que fazemos de irmãos que escutaram o chamamento de Cristo que lhes tocou o coração, tal como aos primeiros discípulos. Memória que nos toca também a nós – padres, diáconos, religiosos, religiosas, fiéis leigos – para que, volvidos quase 40 anos sobre o momento inicial da nossa Diocese de Setúbal, renovemos com redobrado vigor o encanto, a alegria, a disponibilidade de, como discípulos missionários, servirmos Cristo, a Igreja, o Evangelho.

É a memória a que o Papa Francisco chama “deuteronómica”: uma memória agradecida e estimuladora de novo fôlego na fé e na missão, porque que nos faz presente uma «nuvem de testemunhas» (Heb 12, 1)” (cf. EG 13).



Quem são aqueles de quem, no dia 6, iremos fazer memória e sufrágio?

São dois diáconos permanentes, dos primeiros ordenados em Portugal após o Concílio Vaticano II: António Godinho e Inácio Silva.

São os dois primeiros vigários gerais: Padres Manuel Marques e Alfredo Brito.

São padres diocesanos a quem estavam confiadas paróquias em 1975: Agostinho Gomes (Castelo de Sesimbra); António Sobral (Barreiro); Jaime da Silva (Almada); José Gonçalves (Alcochete e Samouco); Manuel Frango (Azeitão); Manuel Gonçalves (Montijo); Mário Lopes (Costa da Caparica e Trafaria); Ricardo Lopes (Cova da Piedade). E também o P. João da Cruz, vindo de Lamego e que foi incardinado em Setúbal.

São padres de Institutos Religiosos: Capuchinhos (Alípio Quelhas, Daniel Ferreira, Manuel Belo); Jesuítas (Amadeu Pinto, Duarte Teixeira, Honório Santos, José dos Santos, Norberto Lino, Norberto Martins, Roberto Sequeira); Claretianos (Américo Faria, José Gonçalves, José Seixas, Manuel Leal); Scalabrinianos (Antonio Benetti, Attilio Barichello, Giuseppe Magrin, Luigi Tacconi, Luigi Vaghini); Filhos da Caridade (Joseph Poiron); Franciscanos (João Magalhães).

São padres diocesanos de outras dioceses: Camilo Martins, José Esteves e Júlio Nogueira, de Évora; Joaquim Sampaio, do Porto.



Estimulados por esta “nuvem de testemunhas”, somos a Igreja de Setúbal que, com Maria, se ALEGRA e EVANGELIZA!



sábado, 1 de novembro de 2014

Memória deuteronómica

«Deste modo o autor da Carta aos Hebreus chama a estar atentos aos que anunciaram o Evangelho e que já se foram... pede-nos para que recordemos a partir da fecundidade do que semearam entre nós. Pede-nos para que recordemos com a memória do coração, a memória deuteronómica que constrói sobre a rocha, que plasma vidas e marca corações.»

 

«“Lembrai-vos dos vossos dirigentes, que vos anunciaram a palavra de Deus. Considerai como terminou a vida deles, e imitai-lhes a fé” (Hb 13, 7). Deste modo o autor da Carta aos Hebreus chama a estar atentos aos que anunciaram o Evangelho e que já se foram. Pede-nos para lembrá-los, mas não daquele modo formal e, às vezes, comiserador, que nos faz dizer “quanto era bom!”, uma frase que ouvimos com frequência nos cemitérios. Este tipo de memória é uma simples recordação de formalidade social. Ao invés, pede-nos para que recordemos a partir da fecundidade do que semearam entre nós. Pede-nos para que recordemos com a memória do coração, a memória deuteronómica que constrói sobre a rocha, que plasma vidas e marca corações. Sim, o nosso coração se edifica sobre a memória daqueles homens e daquelas mulheres que nos aproximaram das fontes de vida e de esperança à qual poderão chegar também os que nos seguirem. É a memória da herança recebida, que por nossa vez, devemos transmitir aos nossos filhos.
Então, com essa memória, recordamos (os que já partiram) e perguntamo-nos: o que nos deixou cada um? Quais são as suas marcas que encontramos no caminho da nossa vida?
...
Agradeçamos a Deus nosso Senhor por tê-los conhecido. São dirigidas também a cada um de nós as palavras “considerai como terminou a vida deles, e imitai-lhes a fé” da Carta aos Hebreus.»

Buenos Aires, 6 de maio de 2012
Cardeal Jorge Bergoglio (atual Papa Francisco)